Achamos que rezar é só pedir e pedir. Às vezes, só lembramo-nos de Deus, quando “a água chega ao pescoço”. Há os que só voltam para a Deus pela dor. Precisam passar por um diagnóstico de câncer, um acidente, uma provação profunda para se lembrar de Deus. Isso não é uma vida de oração saudável.
A oração é um combate e nós devemos lutar contra tudo aquilo que nos faz desanimar, como a sensação de fracasso, ressentimento ou decepção por aparentemente não termos sido atendidos. Isso é o que chamamos de aridez espiritual, a qual deve ser expurgada pela fé pura que se mantém fielmente com Jesus na agonia e no túmulo. “Se o grão de trigo que cai na terra não morrer, permanecerá só; mas se morrer produzirá muito fruto” (Jo 12,24).
Santo Agostinho diz: “Não te aflijas se não recebe imediatamente de Deus o que Lhe pedes; pois Ele quer fazer-te um bem ainda maior por tua perseverança em permanecer com Ele na oração. Ele quer que nosso desejo seja provado na oração. Assim Ele nos prepara para receber aquilo que Ele está pronto a nos dar.”
Outro erro é a distração, seja por meio de palavras, seja em pensamento. A distração refere-se a tudo aquilo que toma nossa consciência e nos afasta do SENHOR. Por isso, é importante a vigilância e a sobriedade de coração.
A falta de fé e as tentações da carne também são obstáculos à oração. A primeira porque nos impede de acreditar no SENHOR que disse: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,5). A segunda por levar à diminuição da vigilância e à negligência do coração: “O espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26,41). Devemos rezar sempre, superando todos esses obstáculos por meio da humildade, da confiança e da perseverança.
Usando a analogia de uma caixa d’água, a oração poderia ser comparada ao precioso líquido nela armazenado. Ele é distribuído sempre que necessário e, normalmente não percebemos se a caixa está cheia ou vazia, a não ser quando falta água. Assim também ocorre em nossa vida espiritual: devemos rezar sempre e em todas as circunstâncias, mantendo nosso reservatório de oração sempre cheio e com reservas para atender nossas necessidades, incluindo os dias difíceis de tentação e aridez espiritual.
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